Festival promove o turismo e a produção de chocolates finos do sul da Bahia
O Festival Internacional do Chocolate e Cacau, que chega à sua quinta edição, em Ilhéus, é um dos mais importantes eventos do turismo e do agronegócio da região sul da Bahia. Realizado de 3 a 7 de julho, o festival expõe e comercializa os melhores e principais produtos da cadeia produtiva do cacau e reúne em um só lugar, o Centro de Convenções da cidade, apreciadores do chocolate e chocolatiers (especialistas) de vários países, que participam de cursos, competições, palestras e uma agenda cultural de shows. A entrada é gratuita com exceção dos shows.
Na cidade, produtores de cacau, do pequeno ao grande, novos industriais do setor, potenciais investidores, estudantes e pesquisadores também trocam experiências de mercado durante cinco dias do evento. Cem estandes de indústrias, marcas de chocolate fino e artesanal, produtos de cooperativas da agricultura familiar da região, órgãos públicos, fornecedores de equipamentos e matéria prima farão parte do circuito do evento.
Entre os participantes estão produtores de chocolates finos como a proprietária da agroindústria Chocolates de Itacaré, Diva Pol Landemberger. Com fazenda e fábrica produzindo no distrito de Rio do Engenho, em Ilhéus, a empresa exporta duas toneladas/mês de chocolates finos para 57 lojas de São Paulo, além de Salvador e sul da Bahia. “Estive presente nas edições anteriores e este ano também farei a divulgação de meu produto nesse importante evento”, afirma.
Outra empresa que vai expor seus produtos no festival é a Modaka Cacau Gourmet, dos empresários Fernando Botelho e Áurea Maria Viana, de Itabuna. A agroindústria de chocolates finos está instalada na fazenda da família em Barro preto, a 30 KM de Itabuna. Com um ano de vida a empresa já está em mercados como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador e continua prospectando novos mercados, com a ajuda do Sebrae, através do Projeto Indústria setorial Ilhéus - Derivados de Cacau, que beneficia 20 empreendimentos de pequeno porte nos segmentos de produção de chocolate, trufas, amêndoas de cacau salgada e doce e polpa de frutas de cacau.
Missões empresariais e consultorias - O gestor do projeto, Eduardo Benjamim Andrade, explica que os empresários recebem do Sebrae consultoria para a prospecção de novos mercados, participação em exposições, workshops em 12 capitais brasileiras, missões comerciais a São Paulo, Gramado e Porto Alegre, participação em festivais e salões do chocolate e rodadas de negócios com o setor supermercadista.
Na área de tecnologia, o projeto promove melhorias dos processos e produtos, na identidade visual, higiene e manipulação de alimentos, além de capacitações e consultorias gerenciais, acesso a políticas públicas, como programas de aquisição de alimentos do governo, e fortalecimento do setor através do associativismo e cooperativismo.
“O projeto ainda disponibiliza consultoria para registro de marca junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), consultoria em design para criação de marca e embalagem, consultoria em Plano de Negócios individual e ainda presta informações sobre constituição jurídica para aqueles que se interessarem se tornar em microempreendedor individual e micro e pequena empresa”, destaca o gestor Eduardo Andrade.
O Festival Internacional do Chocolate e Cacau, segundo o organizador, o publicitário Marco Lessa, é um evento único no mundo, neste segmento, pelo fato de reunir toda a cadeia produtiva do cacau. Este ano, o festival vai contar com novidades, como a Feira do Cacau, uma maneira diferente de revelar a cultura, o turismo e a gastronomia das cidades vizinhas e a Chocolarte uma galeria com exposições de arte, fotografias e esculturas de chocolate inspiradas nas obras de Jorge Amado.
A expectativa é de que o público visitante ultrapasse a marca de 30 mil pessoas. O tema do Festival é “Uma Viagem do Cacau ao Chocolate”, buscando inspiração na história da região, que começa a celebrar as raízes na terra do cacau. “Assim, o evento pretende consolidar de vez um novo destino: a Bahia do chocolate”, explica o publicitário.
A Bahia é o maior estado produtor de cacau no Brasil, com cerca de 70% da produção nacional, e é também uma referência na fabricação do melhor chocolate fino. “Com uma grande variedade, do cacau fino ao orgânico, a Bahia já atrai os olhos e o paladar do Brasil e do mundo, com novos investimentos para o aumento da produção e o surgimento de pequenas e médias indústrias com produção desde a amêndoa até o produto final”, ressalta. Contudo, ele explica que a Bahia não quer apenas fazer um bom chocolate. Quer que toda experiência envolvida nesse produto seja compartilhada, inclusiva, ecologicamente correta, socialmente justa e que traga benefícios a toda cadeia produtiva. “É isso que fará do chocolate baiano um produto que, além de absolutamente saboroso e único, seja capaz de atrair investidores, turistas, pesquisadores, estudantes, ‘chefs’ e chocólatras do mundo inteiro”, projeta Marco Lessa.
Festival atrai especialistas estrangeiros - Desde o ano passado o Festival do Chocolate e Cacau conquistou a condição de “internacional”, a partir do interesse e da participação de personalidades de todo o mundo do chocolate e do cacau e da repercussão do evento em jornais como o “The New York Times” e a revista portuguesa “Volta ao Mundo”. Para este ano já estão confirmadas as presenças do ex-editor do International Herald Tribune e autor do livro “Chocolate: uma saga agridoce preta e branca”, professor Mort Rosenblum; da especialista em chocolates finos, Chloé Doutre-Roussel; dos autores do livro “Chocolate, por que gostamos tanto?”, Ana Paula Brasil e André Modenesi; da consultora de marketing, Cristiana Arcangeli; e dos chefs Diego Lozano, Lucas Corazza e Giulianna Cupini.